As minhocas e os solos contaminados: O que nos podem contar?
Ondina Ribeiro, João Carrpla, PhD, e Mónica Pinho
Já pensaste no impacto da poluição no solo, nos organismos terrestres e nos alimentos que consumimos? A contaminação química dos solos, causada pelas inúmeras atividades antropogénicas pode comprometer a vida no solo e a saúde dos ecossistemas terrestres causando diversos impactos ambientais a curto e longo prazo. As minhocas são consideradas as engenheiras do solo e são utilizadas frequentemente como bioindicadores devido à sua sensibilidade a poluentes, refletindo a qualidade do solo. As alterações no seu crescimento, comportamento e reprodução observada em laboratório refletem o efeito dos poluentes testados. Assim, os ensaios ecotoxicológicos com minhocas (Eisenia sp.) são um bom complemento às análises químicas clássicas, ajudando na tomada de decisão relativamente a estratégias agrícolas ou na gestão e conservação dos solos. Desta forma é possível implementar diversas medidas para redução da contaminação e mitigação dos impactos causados pela contaminação química.
Neste workshop, irás explorar a biologia das minhocas e a sua importância no solo, bem como o seu papel como um modelo nos ensaios que avaliam a qualidade do solo (matéria orgânica e humidade) ou os efeitos da contaminação terrestre. Através de atividades práticas vais perceber como as minhocas respondem às alterações no seu habitat e as implicações na saúde do solo, a contaminação dos alimentos e os riscos para a saúde humana.
Sobre
João Soares Carrola é Investigador no CITAB e Docente no Departamento de Biologia e Ambiente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Realizou o doutoramento sobre biomarcadores histopatológicos em peixes estuarinos, mas nos últimos anos está também focado em estudos realizados ecotoxicológicos aquáticos com a dáfnia (Daphnia magna) e o peixe-zebra (Danio rerio) e na componente terrestre tem estudado a poluição dos solos e os efeitos dos tóxicos em oligoquetas (Eisenia fetida) e tem interesse nos efeitos da poluição na contaminação das cadeias alimentares e na saúde dos consumidores.
Foi Co-Investigador responsável (CO-PI) do projeto ENANTIOTOX da FCT, que investigou o efeito de substâncias psicoativas em diversos parâmetros de peixe-zebra, dáfnias e minhocas numa parceria com a CESPU, Universidade do Porto, Universidade do Minho e Universidade de Coimbra.
Tem numerosos artigos científicos publicados na área Ecotoxicologia e Toxicologia Aquática, e é revisor em várias revistas científicas internacionais.


Ondina Ribeiro é licenciada em Biologia e mestre em Biologia Clínica e Laboratorial pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Desde 2022 encontra-se com uma Bolsa de Doutoramento pela FCT, estando associada ao CITAB (UTAD), CFE (Universidade de Coimbra) e 1H-TOXRUN (CESPU). Durante o seu trabalho de doutoramento tem-se focado no estudo de substâncias psicoativas, com o objetivo de avaliar o seu potencial tóxico e enantiosseletivo no peixe-zebra (Danio rerio) e minhoca (Eisenia fetida), no âmbito do projeto ENANTIOTOX.
Licenciada em Biologia pela UTAD e mestrado em Engenharia do Ambiente pela mesma universidade. Atualmente inscrita no doutoramento em Ciências Agronómicas e Florestais na UTAD, sendo bolseira de investigação em ambiente não-académico em parceria com a Fundação Côa Parque e associada ao CITAB (UTAD). O tema da tese intitula-se “Nature-based Solutions to address Climate Change and Sustainability Challenges in Côa Valley”.
